A festa do Monte Frio, em louvor do nosso padroeiro, Milagroso Bom Jesus, resultou em mais um êxito, tendo terminado de forma vibrante, com o som vivo e entusiasmante do Grupo de Concertinas «Sons e Suadelas», um conjunto de artistas e tocadores de todas as idades, oriundos de várias terras da região de Arganil, entre os quais referimos, com orgulho, o nosso menino, Bruno Afonso Costa, precisamente o técnico de som responsável pela perfeição da acústica e da harmonia dos sons. A actuação deste grupo foi uma agradável surpresa pela vivacidade e alegria que trouxe ao povo no Largo do Outeiro, interpretando músicas populares bem conhecidas, com predominância para o folclore do Minho, qual arraial minhoto, a fazer lembrar os bailaricos de antigamente, incentivando novos e velhos para um pezinho de dança. E o fado serrano foi um sucesso… como era de esperar.
Os mordomos da festa 2011, Nuno Victor e Helena Félix, estão de parabéns pela realização de um programa bem diversificado e pela maneira como tudo decorreu. O tempo fresco e chuvoso não obstou a que houvesse muita animação, num festival que incluiu a actuação do Rancho Folclórico Danças e Cantares do Soito da Ruiva (uma preciosidade do concelho de Arganil), que trouxe até nós uma série de danças e cantigas originais da nossa região serrana, interpretando as modas que se cantavam nos bailes de roda de antigamente. O pessoal adorou e a Comissão de Melhoramentos regozijou-se pelo facto da actuação do grupo (por causa da chuva) ter decorrido no amplo Salão Social do Monte Frio (que está quase concluído), dando-lhe, assim, um uso inesperado, a resultar como experiência para futuras acções de espectáculos culturais e recreativos. Foi bastante interessante verificar que, afinal, um espaço que parecia enorme foi exíguo para albergar tanta gente. O importante é que a chuva não impediu que o espectáculo se realizasse.
Filarmónica Pátria Nova
A Filarmónica Pátria Nova, de Coja, voltou este ano ao Monte Frio para participar nas cerimónias religiosas, em louvor do Milagroso Bom Jesus. Primeiro numa arruada, depois na missa cantada, celebrada pelo padre António Dinis, com os músicos da banda filarmónica no balcão da capela, como no temp dos nossos avós, a tocar e a cantar em coro, os cânticos solenes e, por fim, na longa procissão, pelas ruas da aldeia.
Conjunto musical «CLAVE»
O ponto alto do programa de festas sempre foi o arraial. Música popular, com os nossos amigos do Conjunto musical «Clave» a entusiasmar o pessoal para o baile, muito especialmente quando, por volta da meia-noite, arrancam para o famoso fado serrano, convidando para o palco o conceituado naipe de fadistas do Monte Frio. Êxito assegurado, com o sempre jovem Arlindo Costa a comandar as operações. A verdade é que os CD’s piratas, gravados ao vivo nessa noite, já estão esgotados. Eu tenho o meu, o qual muito agradeço à simpatia dos «CLAVE».
Apesar da fresquidão da noite não permitir grandes securas, a cerveja a metro teve bastante clientela. E, confirmando o que escrevemos em tempos, o grupo de amigos da Portela da Cerdeira, sempre disposto a subir a serra para beber uns copos e confraternizar com a malta. Não falham um arraial. O Fernando Melro (que faz parte do G70 do Monte Frio) é o capitão de uma equipa, onde figuram outros bons amigos como, por exemplo, o Carlos Nobre (taxista), o Rui Tavares, o Chico Tavira, o Vítor retratista (esta comissão de festas ficou na história!). A cumplicidade arrastou estes companheiros para os nossos convívios e o Melro é o causador da afinidade que existe entre nós. Deixar a sua terra, com a mulher e os filhinhos para vir conviver connosco… merece um grande abraço de agradecimento.
Quem também marcou presença na nossa festa foram os amigos da Camba. Como já é hábito, o Carlos Simões e o José João vieram beber um copo connosco. Assim se cultiva a amizade. Com muita pena, não consegui arranjar maneira de lhes retribuir a visita, na festa da Camba ou no almoço do Núcleo sportinguista. Fica para a próxima. Daqui lhes envio um abraço.
Bombos de S. Nicolau
Começa a instituir-se a tradição da alvorada da festa ser feita pelos Bombos de S. Nicolau, dos Pardieiros. Os foguetes foram substituídos pelo zabumbar de mais de duas dezenas de bombos, cadenciados, atroando pelas ruas da aldeia, para acordar o pessoal para um dia especial.
A propósito refira-se que o Grupo de Bombos de S. Nicolau, no intuito de fortalecer a afinidade com o povo do Monte Frio, voltou à nossa aldeia dois dias depois da festa para, de surpresa, nos presentear com uma arruada nocturna e uma vistosa actuação extra, no Largo do Outeiro.
«Prémios Zurique»
O programa desportivo e recreativo da festa englobou as competições tradicionais: Chinquilho, Sueca e Matraquilhos, patrocinadas, como sempre, pela Pastelaria Zurique, dos nossos amigos José Santos e Zezito Rodrigues, da Avenida João XXI, em Lisboa. Apesar da participação menos numerosa do que habitualmente, as provas foram interessantes e consagraram os seguintes campeões:
CHINQUILHO – A equipa José Luís/Emídio Martinho sagrou-se campeã Monte Frio-2011 ao vencer, na final, a equipa Leonel Martinho/Vítor Cândido.
SUECA – O campeonato apurou três equipas finalistas, que jogaram entre si. A equipa campeã Monte Frio-2011, foi a de Leonel Martinho/António Fernandes, com duas vitórias. No segundo lugar ficou a de Albino Moura/Vítor Cândido e, no terceiro posto, Marco Amaral/André Martinho.
MATRAQUILHOS – O torneio de matraquilhos, destinado aos mais jovens, apurou quatro equipas para a fase final, tendo-se registado a seguinte classificação: 1 º, Duarte Peres/Leonor Peres (campeões Monte Frio 2011); 2 º, Pedro Casanova/António Amaral; 3 º, Pedro Fernandes/Gonçalo Xavier; 4 º, João Batista/João Pires.
Os participantes foram todos contemplados com os «Prémios Zurique», cujos troféus foram entregues em cerimónia pública, durante o arraial. Para o ano há mais.
D. Maria do Zé Relvas
É sempre com grande pesar que aqui referimos o falecimento de pessoas conterrâneas, amigas, companheiras do quotidiano. É com enorme desgosto que vimos partir, cada um por sua vez, gente que deu vida à nossa terra. Desta vez foi a D. Maria do Zé Relvas que nos deixou para sempre. Infausto acontecimento que surgiu precisamente na semana da festa. Maria Marques de Jesus, com a bonita idade de 91 anos, faleceu no passado dia 2 de Agosto, no hospital de Coimbra, não resistindo à doença. Embora sendo natural de Freiria (Torres Vedras), D. Maria estava há muito tempo radicada em Monte Frio, terra natal do marido, José Martins Francisco, mais conhecido por Zé Relvas.
D. Maria do Zé Relvas é uma perda para a nossa terra, a sua ausência vai sentir-se na vivência do dia-a-dia. É que apesar da idade avançada, D. Maria manteve sempre a elegância física e a ligeireza no andar. E não faltava um dia na Sala de Convívio da CMMF. Conterrânea dedicada, simpática, conversadora inveterada, era sócia da Comissão de Melhoramentos, sempre pronta a participar nas nossas iniciativas.
O funeral realizou-se para o cemitério do Monte Frio, sendo a urna coberta com a bandeira da CMMF, em nome da qual apresentamos sentidas condolências ao amargurado viúvo, o nosso amigo Zé Relvas.
A noite dos apóstolos
Foi na sexta-feira, dia 5 de Agosto, véspera da festa, na Sala de Convívio do Monte Frio. A malta chegou de Lisboa, ávida de um convívio informal e descontraído, pronta para beber uns copos e pôr a conversa em dia. Alguns já não se viam desde o ano passado e aqui a convivência é total e despreocupada. Para mais, o Filipe Pimenta Ferreira festejava o seu aniversário (já 43 anos, meu rico menino?), o que constituía bom pretexto para algumas emoções, discursos e, numa tão longa noite, também algum exagero na bebida. Ao longo do serão cantaram-se os parabéns várias vezes e o Filipe discursou em três ocasiões. Cerveja a rodos, jarros, atrás de jarros. Muito falatório, tantas recordações de cenas vividas na meninice, na adolescência… tanta alegria, paródia, risos sem fim. Vieram aperitivos, queijos, batata frita e, pela madrugada, três omeletas (divinais), confeccionadas pelo Carlitos. Pelo meio, a sugestão de um copo (Shot) de aguardente de medronho. Que belo complemento para umas pielas selectas e bem definidas – que as mulheres perdoaram. Tudo na boa. Ambiente espectacular de amizade e convivência, entre doze montefrienses: Leonardo Costa (com os seus joviais 83 anos), Vítor Cândido, Armando Pimenta, Nuno Carvalho, Tiago Pimenta Ferreira, Filipe Pimenta Ferreira, João Pires, Gil Cândido, António Fernandes, Bruno Picoto, Pedro Bento e Nando Batista. Como, curiosamente, também eram doze os apóstolos da ceia, daí a referência a esta confraternização como «a noite dos apóstolos». Por analogia, o Leonardo (mais idoso e careca) representava o S. Pedro. É assim a paródia, no Monte Frio, terra bela.
V. C.
Boa tarde,
Neste artigo enviado pelo conterrâneo Vítor Cândido está uma omissão no nome dos mordomos da Festas de 2012. Os mordomos deste ano foram Nuno Victor e Ana Claudia Cosat(casal) e Helena Felix.
Ana claudia costa, 23 de Agosto de 2011, 16:24.
Artigo com interesse e bem historiado do que foi a festa em honra do Milagroso Bom Jesus, só que nos nomes da mordomia faltou referir o nome de Ana Cláudia Costa, que é oriunda do Monte Frio e esposa do Nuno Vitor, ele oriundo de Chã de Alvares.
Cumprimentos
António Francisco, 23 de Agosto de 2011, 16:42.