No lagar

Trabalhar no lagar também foi muito difícil. Aquilo não havia cama, não havia nada. A gente despejava o bagaço, aquele bagaço que está lá a arder. Havia masseiras, que era onde se metia a massa para dentro para o pé do lagar, e ficava a arder. A gente deitava-se em cima daquilo. Apanhei um reumatismo de tal maneira. Jesus!

Já vem daí e depois acabei por ficar pior quando trabalhei na zona eléctrica de Arganil. Aí davam transporte, vinham-me aqui buscar e trazer. Depois quando mudou para a EDP cortaram isso. Nessa altura comprei uma mota e ia daqui para Arganil. Eram 25 quilómetros para baixo, 25 para cima. Chuva, vento, neve e geada! Comecei a andar, a andar, fiquei tolhido. Não tive nenhum acidente. Fiquei assim devido ao mau trato que eu tive.