O rapazito

O António fez a quarta classe na escola de Monte Frio. Nessa altura já se fazia o exame da quarta na escola, não era preciso ir a Arganil. Depois da instrução primária teve que ir estudar para Tábua porque não havia escolas para ele estudar à volta de Monte Frio. O primeiro ano e o segundo ele ia e vinha todos os dias. O meu marido transportava o correio do Piódão para Côja. Ia de manhã a Côja buscar o correio e levar ao Piódão e à tarde buscar ao Piódão e levar a Côja. Então, de manhã levava o rapazito para Côja, que vinha lá uma carrinha de Tábua, do colégio que era particular, a pagar. Vinha buscar os rapazes e levava também o meu. E à tarde, quando ia levar as malas do correio trazia-o. Era um colégio particular e ele tinha que ir fazer os exames a Coimbra. Ficou com o 12º ano e, naquela altura, fez um ano de serviço cívico, em Arganil. Era para entrar para a universidade mas deu-se o 25 de Abril e o numerus clausus e ele já não entrou. Depois o meu marido tinha um táxi e ele tinha carta, pegou no táxi e já não se quis matricular mais ano nenhum. Depois ele não gostava muito de ser taxista. Abriu a Caixa Agrícola em Côja, chamaram-no e ele foi abrir mais o chefe. Esteve lá uns anos em Côja a trabalhar. Depois o chefe mudou-se para Arganil e levou-o também com ele e lá está.