Um amor contra tudo e contra todos

O meu marido escreveu uma carta ao meu pai para namorar comigo. E ele escreve-lhe outra carta a dizer que antes me queria ver dentro de um caixão, que namorar ou casar com ele. Mas a gente nunca mais ligáramos àquilo. Depois a minha tia também não sabia, porque não me deixava casar com ele. Fiz o casamento. Podia tê-lo feito como devia de ser! É verdade! Mas, estou casada, ele é bom, lá tem estas birritas dele mas eu posso fazer o que quiser. Também não faço nada que não se possa ver, nem que não se possa saber. E então depois eu disse:

- Então como é que eu vou casar?

Por registo. Fui a casa da minha prima. Tinha um vestido de seda com umas flores liláses, muito jeitoso. Ele ia com um fato azul escuro. E casei. Fiquei em casa da minha prima Palmira. Ela arranjou-me lá um quartozito. Ali estive até começar a desenvolver a vida. Depois fui para uma casinha muito pequenina, e ainda lá criei o meu filho até aos 10 anos. Quando a minha tia soube que estava casada e que os meus patrões foram meus padrinhos, chorou que se matou.