“Morrer sem saber do quê”

No meu tempo, os cuidados de saúde era morrer sem saber do quê. O meu pai, que Deus tem, morreu de noite sem saber porquê. Era raro vir aí um médico. Onde é que havia dinheiro, naquela altura, para ir buscar um médico ou para ir a um médico? Lá se curavam uns aos outros. Lá se ajudavam com umas ervas ou qualquer coisa assim parecido. Aqui, era um sítio em que as mulheres só comiam uma galinha quando tinham um filho. De resto, nem uma galinha comiam. Quando tinham um filho, matavam uma galinha, para a senhora beber os caldos. Era assim que dantes faziam.