“As pessoas curavam-se umas às outras”

Na aldeia não havia médicos. Só em Côja. Mas havia um senhor na Benfeita, na nossa freguesia, que era muito entendido. Chamavam-no barbeiro. Fazia as barbas. Já morreu há muitos anos. Tinha sido uma pessoa que estudou qualquer coisa para enfermeiro e conhecia certas ervas que curavam as pessoas. Às vezes, quando era assim uma coisa pior, chamavam-no e ele lá vinha. Tinha um cavalo. Via mais ou menos o que a pessoa tinha e lá nos dava um remédio. Umas vezes dava da farmácia, outras vezes mandava-nos procurar uma erva.

Mas isto era muito raro porque, em geral, as pessoas curavam-se umas às outras com aquelas ervas que se apanhavam e com o chá que faziam e bebiam.