“É bom de fazer, a tigelada!”

Na festa, matava-se sempre uma cabrita ou uma ovelha. Numas caçoilas de barro, que iam para o forno, fazia-se a chanfana. Mas quem queria, também fazia cozido. Coziam também broa e faziam bolos: pão-de-ló, coscoréis, uns bolinhos redondos, arroz doce e tigeladas.

É bom de fazer, a tigelada! Era feita nuns caçoilos de barro. A gente parte os ovos com a mão para uma panela ou para um alguidar. Depois, põe-lhe açúcar, põe-lhe leite e bate bem até estar bem batido. Põe-lhe um coisinho de canela, que é para cortar o cheiro dos ovos. No fim de estar tudo bem batido, estava doce! Levava tanto de ovos como de leite e o açúcar era a gosto. Eu nunca punha muito, porque ele era pouco e, além de ser pouco, também não se adoçava muito.