O rancho da aldeia

Também tivemos um rancho em que eu era a da frente. No rancho dançavam. Falavam para aqui, para ali no tempo das festas e a gente ia. Andava eu, o meu marido e a minha filha. Andávamos os três. O meu marido, era tesoureiro. Tinha que andar sempre na frente. Eu quando era preciso dançar também dançava. Quando faltava uma, dançava eu. E a minha filha sempre andou no rancho. Eu não tinha problema. Eu ia para as terras, parava, eu ia pedir a este, aquele e aquele. Eu tinha que arranjar dinheiro para o rancho. E tenho muita pena de ter acabado. Tenho muita pena de ter acabado porque era uma coisa boa na terra.

O meu marido também pertenceu à Liga, também esteve lá muito tempo na Liga. Também fazia petiscos na Liga, fazia café. O café à moda da tia juíza que era a avó dele, que era feito numa panela. Não tínhamos outro café. Era na panela. Espetávamos café para dentro e eu vendia a chávenas de café. Tudo bebia nas festas porque não havia máquinas. A gente fazia e vendia fêveras e caldo verde e essas coisas. Alinhava sempre ao lado dele a ajudar a fazer essas coisas.