“Qual lobisomem?”

Isso era uma trapalhada daqueles gajos espertos. Eu não acredito. Tive aí um tio que andou na candonga. Depois para assustar as pessoas, para se defenderem, diziam que vinham os lobisomens para a pessoa ter medo e fugir. Depois, defendiam-se a vender o pão e a vender, coitados, o que podiam. Havia candonga de tudo, porque foi no ano da miséria. Foi nessas alturas. E eles passavam. Diziam isso para se defender, os espertos. E as pessoas tinham medo. Se os viam, lá faziam uma algazarrazita ou alguma coisa para eles fugirem e não verem. E vinham vender a candonga. É, eu não acredito nada disso. Qual lobisomem? Era como diziam os velhotes:

- “Ui! Aparece assim e assustavam a gente.”

Eu ando por todo o lado e nada me aparece Às vezes, o meu irmão, coitado, vinha da floresta, via uma sombra de uma moiteira, tinha medo. Elas nas debulhas é que faziam aquele programa:

- “Ui! Isto assim... Aparecem as bruxas, as bruxas bebem o vinho, as bruxas fazem...”

Ah! É tudo mentira. Não acredito nada disso. É tudo embrulhada. Eles é que eram espertos. Diziam que vinha isso, mas não vinha nada. Era para fazer o negócio deles.