“Os doces das bodas”

Para as bodas era cabrito assado com batatas, os coscoréis, o leite-creme, o arroz-doce, as tigeladas, essas coisas assim que faziam antigamente. A tigelada é um doce que há, que se faz nos tachos de barro, de ovos, leite e açúcar. Bate-se os ovos com o açúcar. Depois leva leite. Põe-se num tacho de barro e vai ao forno. Aqui usa-se muito, muito. Aqui e nos arredores daqui usa-se muito a tigelada. E há coscoréis que é aquelas filhós esticadas. É uma espécie de filhós. É a farinha amassada com ovos. Leva um bocadinho de aguardente, pouco, e um bocadinho de açúcar. Depois deixa-se levedar e vai uma pessoa ou duas fazê-los. São esticados, dá umas coisas ainda assim grandes, e vão ao azeite quente. Ficam prontos a comer. Quem quer põe açúcar e canela. Quem não quer come-os só assim. Mas com açúcar são melhores um bocadinho. O arroz-doce é com leite e açúcar também. Coze-se o arroz. Depois vai-se pondo o leite, põe-se o açúcar quando o arroz está cozido e deixa-se apurar. É assim. Eram antigamente os doces das bodas.