Um casamento com fartura

Marcou-se a data do casamento e vamo-nos casar. Casáramos no dia 2 de Setembro de 1967. Na Benfeita. Tratou-se de arranjar a vestimenta, os fatos. Para ela a mãe fez. A minha sogra é que era a entendida. Para mim tive que arranjar. Teve que se falar com os magarefes, os carniceiros, para arranjarem a carne para a boda. Naquele tempo eram os tios dela. Matavam as cabras e essa coisa toda e vendiam. Naquele tempo assim é que estava bem. Comprou-se carne e fez-se a boda. Foi em casa onde se fazia o baile e foi numa garagem de um primo nosso, que é da parte de cima da casa da minha sogra. Comeu-se e bebeu-se. Comer era carne, arroz de fressura e cozido. Era doces, arroz-doce, tigelada, pão-de-ló. Vinho com fartura. E coscoréis também. Era assim uma comezaina. Eram cento e tal pessoas.

A cerimónia foi o padre que a fez. Fôramos a pé. Eu saí de minha casa e ela saiu de casa dela. Depois é que se encontrou na igreja. Ela ia vestido de branco e eu ia com um fato.