“Perguntava sempre se havia alguém de Arganil”

Primeiro, estivemos no Chiúre. Depois, fui para o Mirrote. Do Mirrote, fui para o Metorro, que era um cruzamento onde passava toda a tropa, toda a gente. Iam para Montepuez, iam para Nampula, Porto Amélia, que era uma linda cidade, uma linda praia. Eu poucas vezes lá fui. Não tinha tempo de lá ir. E foi assim. Toda a gente ali parava. Era paragem obrigatória. Quando passava uma companhia à minha porta, paravam, digo assim:

- Não há cá ninguém do concelho de Arganil?

Perguntava sempre se havia alguém de Arganil. Às vezes, vinham. Foi um casal, dois rapazes de Monte Frio ficaram e lá casaram. Vinham dos Pardieiros, da Cerdeira... Depois, eles, então, lá se dirigiam. Às vezes, eu conhecia, outras vezes, não os conhecia, outras vezes, conhecia a família. Ainda havia alguma gentita, o que é não estávamos juntos. Estávamos assim espalhados. Estavam os meus irmãos, estava um casal ali do Sardal que vivia mesmo perto de mim, havia assim uma gentita. Era uma gente unida. Às vezes, aos domingos, juntávamo-nos. Um levava uma coisa, outro levava outra e comíamos. Temos fotografias ainda desses tempos.