Pessoas para recordar

Na Benfeita havia umas pessoas, chamamos nós ainda hoje pessoas de valor. Hoje não há pessoas como naquele tempo. Havia o Alfredo Oliveira. Esse era um indivíduo que esteve na Junta muitos anos, aquilo que ele dizia é que era. Chamavam então, naquele tempo, juíz de paz. Era presidente da Junta e juíz de paz.

Havia, às vezes, desavenças nalgumas povoações e isto e aquilo e aquele outro, e depois vinham aqui ter com ele. Acomodavam-se todos, naquele tempo era assim, hoje não, isto está tudo mudado. Depois ele apaziguava-os. E depois é claro, ficava tudo bem. Hoje não há isso.

O Simões Dias é muito antigo. Também é da Benfeita, o poeta Simões Dias. Está na Benfeita, a memória dele.

Também tínhamos pessoas que eram como se fossem médicos. Chamavam até àquilo, ainda hoje há quem chame curandeiros. Dão os remédios, dão isto e dão aquilo e, às vezes, faz bem. Nunca cheguei a ser curado por nenhum deles, nessa ocasião, mas havia pessoas que até arrancavam dentes e tudo, com alicates com ferrugem e tudo, e ninguém morria. Um era José Maria e outro era Augusto Pinto. Um era mais atencioso, mas o outro esteve na tropa, lá é que ele aprendeu, também dizem que era habilidoso. Era com remédios e com o que calhava que curavam as pessoas. E, às vezes, evitavam de vir médicos e isso tudo. É verdade!