Carolo - “O carolo é o moinho que o faz”

O milho era semeado em Abril e depois só era apanhado lá para o fim de Setembro ou Outubro. Mas os moinhos moem sempre! Tira-se o milho nesse tempo. Debulha-se, seca-se e põe-se na arca. Depois a gente quando precisa vai moer. Ainda vou moer o milho que tenho naquelas arcas grandes. O tempo que demora a moer depende. De Verão demora muito tempo, porque a água é pouca. É só uma nascente. E nascem no meu terreno as nascentes. Mas para a parte de trás, pela Malhada Chã, fizeram um furo, que foi mais fundo mas ao nível dessa nascente de cá e, às vezes, falta água. A minha mulher faz um bocado de carolo. Aquilo é quase do género do arroz doce. A minha mulher é que sabe fazer isso! O carolo é o moinho que o faz, é milho partido. Agora o resto é com ela! A gente em vez de fazer a farinha, levanta-o! Quanto mais o levantar, mais grosso fica! Depois o carolo é posto para ali num bocadinho de água a cozer. No fim de estar aberto vai-se pondo o leite, senão não presta. E o açúcar põe-se no fim.