“Carregos às costas”

Lembro-me de construírem a escola em Soito da Ruiva. Não vinham cá carros e a gente andava a carregar o material para construírem a escola. Agora já cá vêm carros, mas naquele tempo não. Foi tudo construído com carregos às costas. Foi feita com os carregos que a gente acartava da serra para baixo.
Naquele tempo havia cá uma mercearia, hoje não. Hoje não há quem queira estar preso. Porque quem tem uma mercearia tem que estar preso. Eu nunca tive, mas sei, que também já fui a Lisboa. Vi que quem tem um comércio também é uma prisão. Se fecham, não vende.