“Um transporte para nos virem buscar”

Actualmente na aldeia, para mim, só o que me interessava era que arranjassem um transporte para nos virem buscar, uma vez que a camioneta da carreira não pode cá vir. Gostava que se interessassem em arranjar uma carrinha que nos viesse cá buscar, ou por intermédio da empresa ou até que tivesse que ser paga por nós próprios, não me importava. Queria era que houvesse quem se interessasse em arranjar-nos transporte para nos vir buscar, pelo menos, uma vez por semana. A gente precisa de se deslocar daqui para Arganil, então temos de mandar vir um táxi, hoje já levam 40, 40 e tal euros, para vir buscar e trazer. Eu sei que há aí a freguesia do Piódão que arranjou para a freguesia uma carrinha, não sei se por intermédio da Comissão dos Compartes, se por intermédio da Junta de Freguesia. Interessaram-se por isso e hoje a carrinha vem buscá-los ali à serra. Enquanto nós, estamos isolados aqui. Aqueles que tem carro não se interessam porque têm o transporte deles, mas eu e outros mais é que nunca tivéramos habilidade de arranjar um carro. Se não o arranjáramos antes, agora também já não somos capazes de o arranjar. Se tivesse tirado a carta, apesar das possibilidades não serem muitas, também tinha um ferro velhozito qualquer para me desenrascar. Só que nunca tirei a carta.