“Sou católica”

Sou católica e andei na catequese, em Pomares. Para aí é que custava a ir, pois era muito longe. Para o Sobral Magro fica a uma horita, mas para Pomares é muito longe. Eram três horas a pé! Também lá andei na cruzada três anos. Fiz a Primeira Comunhão. Depois, quando já era assim uma rapariguita, não segui mais Também costumava ir à missa. Quando podíamos íamos muita vez ao Sobral Magro. Vêm lá todos os domingos dizer missa e quando podíamos íamos lá. Agora também vou à missa, sempre que cá há. Vem o padre da nossa freguesia, mas só uma vez por mês. É poucochinho. Eu não posso ir assim às terras vizinhas. Mas quando há na minha terra aproveito sempre. Lá em casa, pelo menos todo o Inverno, à noite, no fim do jantar, rezávamos o terço. A minha mãe rezava o terço e eu e os meus irmãos respondíamos. Nas noites grandes dava para rezar o terço e para se dormir. Também temos uma procissão. Há poucos anos começaram a fazer, mas antigamente não se fazia procissão. Havia só a missa no dia do Santo e mais nada. Vinha o padre da nossa freguesia dizer a missa e depois comia-se e divertiam-se as pessoas novas uns com os outros, a juventude. Mas depois não faziam outras coisas. Agora já é diferente! Vai-se à missa e depois sai a procissão. Faz-se o leilão das ofertas e há o almoço. Fazem-se mais umas brincadeiras no largo, uns jogos, uns divertimentos e um leilão. Às vezes, também fazem lá uns jogos dos cantaritos à cabeça.