“Onde me sinto bem”

Agora a aldeia está muito modificada, mas muito! Mais do que 100%! Quando eu me criei isto era uma coisinha muito, nem sei explicar, muito velhinha. Tudo muito velhinho e agora está tudo modificado, tudo renovado. Está tudo muito melhor, muito melhor! Tem muita diferença. A Comissão de Melhoramentos tem sido muito boa cá para a povoação. São boas pessoas. Boa gente. Tem feito muitos melhoramentos, muitas coisinhas boas cá para a terra. Não tínhamos saneamento e agora temos, graças a Deus. Não tínhamos água em casa, não tínhamos luz, não havia telefones, não havia nada. Antigamente quando queríamos telefonar tínhamos que ir a Pomares. Andávamos três horas a pé para a gente ir saber da família ou dar qualquer recado se fosse preciso. Era muito longe. Era um sacrifício muito grande. Agora temos tudo isso, graças a Deus. Já se vive melhor. Não queria ir morar para Lisboa. Não deixava cá as minhas casas. Não tenho lá nada meu e aqui sempre tenho as minhas casinhas. A nossa aldeia é melhor que todas as outras. É onde tenho alguma coisinha de meu. Onde me sinto bem é aqui. Temos cá boas águas, que é o que temos de melhor, e bons ares. Ares puros, saudáveis. É o que cá temos de melhor.