Enquanto os maridos estavam em Lisboa, as mulheres que ficavam em Soito da Ruiva tinham tarefas a fazer. Tinham que tratar dos animais e fazer a sementeira. A cava os homens vinham-na cá fazer, mas a sementeira depois já elas tinham que a fazer. Depois tinham que carregar os “renovos”, apanhá-lo quando chegava a altura. Os homens só cá vinham uma vez por ano. O meu sogro só cá vinha na altura da “enleira” para “enleirar” o “renovo”, que era em Junho. Só cá vinha de ano a ano, assim como o meu pai. O meu pai e outros só cá vinham de ano a ano. O costume da terra era fazer as colheitas em Outubro. Semeávamos milho e feijão. A batata era mais cedo, em Julho. Era semeada em Abril também. A batata em três meses cria-se. Os homens vinham cá cavar as terras em Abril para depois semearem. Em se cavando as terras, depois a mulher é que tinha que fazer aquilo tudo. Quando colhíamos o milho ajudávamo-nos uns aos outros. Íamos ajudar a debulhar a este e àquele e depois estes também vinham ajudar-nos depois.