“Vim parar ao que é meu”

Soito da Ruiva mudou muito. Para mim mudou mais de 100%. A Comissão foi o que deu alma à nossa aldeia, senão estávamos isolados. Não tínhamos nada. A Comissão trouxe para cá os melhoramentos. Nós, primeiro, não tínhamos melhoramentos nenhuns. Não tínhamos estradas, telefone, água, luz. E isto foi tudo tocado pela Comissão. Se não fosse a Comissão não tínhamos nada! Para mim, a aldeia é onde me sinto bem. Andei aquele tempo todo por Lisboa e foi a Soito da Ruiva que vim parar. Vim parar ao que é meu. Lá não tinha nada e aqui sempre tenho alguma coisa. Cá há coisas bonitas para ver, por exemplo, a água que nasce na serra. Se calhar há poucas serras, ou nenhuma, que tenha água como a nossa. E os moinhos. Há pessoas que adoram aquilo.