Mezinhas para abrandar a trovoada

No Dia de Santa Cruz, punham as cruzes aí nas povoações. Cada um punha na fazenda. Eu também lá tenho. Punha ali uma perto de minha casa. Depois, tinha outra terra, também punha outra. Tinha outra para aquela ribeira, também punha. Era assim. Arranjam dois paus encruzados e fica a cruz feita! Não me lembro porque é que faziam isso. Sei que esse uso já vinha de antigamente, lá dos nossos avós, dos nossos pais. Ah, é para pôr! Representa nada. É só de dizer que é dia de Santa Cruz. É só quem quer, mas, eu ainda faço a minha.

Para abrandar a trovoada, a gente punha rosmaninho na fogueira! E o tição do Natal também. O tição é um pau. Quando vem estas noitadas de Natal, a gente corta um bocado de uma oliveira ou outra coisa e põe, estas noites, na fogueira a arder. Depois, quando há muita trovoada, a gente põe no lume, que abranda as trovoadas. No Domingo de Ramos, levamos o ramo ao Piódão para o padre os benzer. A gente vai com ele para a igreja e o padre vem por a igreja abaixo, toca a “batuscar” tudo! Depois, guardo os meus. É para se pôr no lume, para a trovoada. Ah, quando calha, resulta. Outra vezes, leva-os a filha para Lisboa.