Vinho e aguardente

Para fazer vinho, podavam as videiras e apanhava-se. Calca-se com uma máquina, o esmagador. É um tabuleiro, a gente agarra e bota para lá. O vinho cai para dentro da dorna. Chama-se aquilo uma dorna. Tem de estar ali uns dias a ferver. Depois, a gente mexe ali bem mexido. Ele vai fervendo. Em deixando de ferver, tem de se tirar para os tonéis. O cardaço é queimado no mesmo dia para fazer aguardente.

Eu sei fazer aguardente. Até tenho alambique e tudo. Tenho tudo em casa. A gente tem um alambique. Tira aquela cabeça de cima, enche o depósito de baixo de massa, aquele cardaço todo. Põe naquela cabeça. Tem um cântaro adiante. Tem um tubo. Faz-lhe a fogueira por baixo. Aquilo ferve lá dentro e a aguardente sai toda para aquele cântaro, que lá tem ao lado. Às vezes, um alambique cheio ainda dá 16 litros de aguardente. Se lhe mexer com um pauzinho as contas em volta, fica tudo cheio de contas. As contas é a ramagem por cima. É assim que é fabricado. É uma bebida boa de fazer, mas é para quem sabe!