O meu pai chamava-se Francisco Lopes Pereira. Era de Foz d'Égua. Foi criado aqui e daí foi para a Fajoeira. Rompia bocados e era pedreiro. Fazia casas de xisto e tudo.
A minha mãe era Maria Augusta. Era do Piódão. Apanhava o linho e fazia-o. Noutros tempos, havia linho. Fazia fio naqueles teares e daí faziam aquelas coisas de pau. Eram umas bolas de pau e dali é que enrolavam tudo. Chamava-se àquilo tecer. Também trabalhavam no campo. Cultivava todas as coisas: cebola, milho, feijão, pimentos, abóboras... Era o que a gente punha nos terrenos. As abóboras eram para os porcos comerem. O milho era para a gente.