“A maior romaria das beiras”

Antigamente as pessoas vinham a pé. Onde havia um programa bom as pessoas iam. Mas a maior romaria que havia aqui na zona era a Senhora das Preces. Eu lembro-me que vinha gente da Beira Baixa, do Fundão, de um lado e doutro, pelas serras, a pé. Com os cestos e com os cabazes do comer à cabeça. Vinham a pé lá para o Vale de Maceira. Havia várias tascas aí na serra. Bancas que vendiam cerveja e outras bebidas. Eu lembra-me, era miúdo, quando faziam lá uma em cima que até era uma pessoa aqui da Foz d'Égua, que era o tio Felisberto. A malta íamos lá roubar os pirolitos. Ele deixava-os lá no meio do mato e só as cervejas é que não bebíamos que amargavam. Era a maior romaria aqui das beiras só que depois, apareceu Fátima e mataram esta romaria.

Agora aquilo já é quase uma feira. Foi uma pena, porque aquilo era a maior romaria que havia aqui nas beiras. Às vezes, havia pessoas que demoravam dois, três dias. Três dias antes da romaria já havia corrupio de pessoas a passar aí na serra, com a merenda à cabeça.

Aquilo é muito lindo, aquela vida de Cristo como em Braga. Não é tão boa como a de Braga, mas é quase. Tem uma capela aqui no alto que é a Senhora das Necessidades que tem uma vista, então à noite, é uma vista fabulosa, é espectacular. De dia é bonito porque dali tem uma vista, um panorama até à Serra do Buçaco. Toda esta área, de noite com as luzes é espectáculo.