“Eram umas pessoas de família que nós tínhamos ali”

Baptizei-me em Arganil. O reitor que me baptizou, foi dos primeiros baptizados que fez em Arganil. O meu e de uma irmã minhas que fomos baptizadas no mesmo dia. O último casamento que ele fez em Arganil foi o meu. Nós fomos criados praticamente ali com o padre. Entrei para a escola, andei quatro ou cinco anos na catequese sempre com freiras. Eu fiz a minha catequese sempre com freiras, porque antigamente no hospital em Arganil, as enfermeiras eram freiras religiosas e eram umas pessoas de família que nós tínhamos ali. Nós ali íamos aprender. Tínhamos todos os dias ao fim da escola, catequese. Catequese que antigamente era a doutrina. Todos os dias íamos à doutrina. Tínhamos a professora na escola e ali tínhamos as freiras do hospital que sabiam a nossa vida toda. Eram amigas. Todas as crianças iam para ali aprender a catequese e fomos assim educados no meio das freiras e juntamente com o padre.

Eu comecei com uma freira desde a primeira classe até sair da escola e depois ainda fiquei mais um ano ou dois anos na catequese. Fiquei sempre com aquela freira. Havia cinco ou seis freiras, mas só duas é que eram catequistas. Nós no aspecto da religião fomos educadas, tratadas por elas. Havia um capelão também. Até uma certa idade fomos criados assim com as religiosas, que era muito bonito. As religiosas com os fatos compridos, só com a carinha à vista, de resto tudo tapado, a cabeça. Eram espanholas.

Fui crismada, fiz a Cruzada, fiz a Comunhão Solene, estive na JOC. Eram umas reuniões que se faziam. O padre e umas pessoas. Andei sempre metida nessas, tanto eu como os meus irmãos e as minhas irmãs, mais velhas.