“Uma fortuna”

Depois também fui para o Ribatejo, para o pé de Alenquer, cavar terra para os pés. Cavar vinhas. Era o que apareceu. Fui trabalhar então para outras pessoas. Havia cá um encarregado que contratava a gente e é que nos levou. Posso dizer que ja me pagavam. Era uma fortuna! Por dinheiro antigo eram dois contos de réis, nove meses. Dormíamos lá numa casa do patrão. Era as invernadas. Andávamos lá nove meses. Andava lá gente da minha terra, que eu encontrei. E o comer nessa altura era papas de farinha. Água fervida e farinha. Às vezes, havia um bocadinho de carne, outras vezes, não havia.

Depois de casar andei a trabalhar numa estrada que passa aqui no Torno. Aquela estrada é do Estado. É estrada florestal.