“Nisto vou morrer”

Não me lembro de nada que era para fazer e não fiz. Gosto muito de trabalhar no campo, desde sempre. Hoje é que não posso trabalhar, não tenho saúde. Mas gostava muito, adorava o campo. Trabalhar em tudo. Cavar terra ao pé de qualquer homem, semear milho. Cavar batatas, gosto muito de cavar batatas. Gosto um pouco de tudo na agricultura. Fui criada nisto. Nisto vou morrer. Antigamente éramos mais felizes do que somos hoje. Muito mais alegres. As pessoas cantavam muito, muito, muito, quando andavam lá em cima no campo, no tempo da rega, a regar os milhos. Só se via gente a cantar para um lado e para o outro. Era uma alegria. Hoje só se ouvem os pássaros.