A aprender a arte do pai

Os meus irmãos, coitadinhos, andávamos nas brincadeiras e tudo. São tempos que já lá vão tantos anos. Fiz uns carritos de mão, pequenitos, mas nunca tive um brinquedo, isso é que não! Só me lembro que o meu pai, que Deus tem, à noite, ao fim do jantar, fazia as orações. Já o meu avô rezava muito e o meu pai, coitadinho, aprendeu com ele. Depois lá ia para a oficina, porque trabalhava-se assim de noite a fazer brochas para vender. E, às vezes, íamos lá para o pé dele ver como é que o meu pai fazia as brochas. Estávamos ali assim. O meu avô também compunha moinhos e tudo mas ele, ao fim, só explicava, mais nada. Aprendi mais com o meu pai.