“Matava-se um porco, durava para todo o ano”

Na matança do porco, juntava-se a família e matava-se um porco. Criava-o a gente todo o ano com o perdido e depois era a matança. Juntavam-se três ou quatro homens e matavam-no. Havia um que o matava e dois ou três ajudavam-no a arranjar. E assim se fazia. Depois a gente ia lavar as tripas. Ao fim de lavar bem lavadas tinha-se dois ou três dias, passava-se uma data de águas. A carne migava-se. Estava temperada e depois enchia-se. Faziam chouriças. Os presuntos ainda os vendiam para modo de comprarem outro para outro ano. O outro resto, iam comendo. Partiam-se aos bocadinhos por modo de irmos comendo durante o ano.

Matava-se um porco, durava para todo o ano. Salgavam numa salgadeira, numa arca. Botavam-lhe bastante sal e guardavam o enchido. Punham numa panela e compravam o óleo para porem lá no óleo de um ano para o outro. Para terem todo o ano. Durava até ao outro bichinho e não se estragava.