Podem, mas não querem...

Aqui tinha condições para viverem alguns casais. A pastorícia, o azeite, os medronhos... Mas, claro, havia condições mas ninguém quer vir para aqui. Os jovens não há e, se há, empregam-se na indústria ou no comércio. Ninguém trabalha na agricultura. Ora, aqui agricultura é que podia. Está provado que um rebanho de oito ovelhas mais duas ou três cabras com mais o que eles aqui cultivassem dava para sobreviver um casal à vontade. Mas quem é que quer actualmente dedicar-se a isso? Ninguém. Portanto, isto vai ser mesmo absorvido pela floresta.

Ora, criaram-se os compartes mais para proteger, para tomar conta da floresta já em colaboração com os organismos florestais e regionais. Mas, claro, chega-se a certa altura, nós já temos dificuldade que nem sequer temos gente aqui para formar o Conselho Directivo, que são doze. O Elenco Directivo é uma Assembleia. São quatro. O Conselho Directivo três e a Comissão de Fiscalização quatro. Nós não temos já gente para isso. Portanto, quando os compartes já não tiverem para isso, morre tudo. Acaba tudo.

Aqui só estrangeiros, porque nacionais não querem vir para aqui. Quem é que quer vir para aqui, para uma terra que não pode trabalhar uma máquina para lavrar e é tudo à enxada à mão? Quem é que?