“No tempo em que não havia frigoríficos”

Todos os anos se mata um porco. Em minha casa até matávamos sempre dois. Guarda-se sempre para o Inverno. Chama-se um matador, de fora da família, que vem matar o porco. Faz-se um jantar, serve-se um bocado de porco e sangue de porco. O porco é desmanchado. Separam-se os lombos e o fígado, para fazer torresmos. A carne do porco tem umas quatro ou cinco carnes todas diferentes. As pessoas da casa é que fazem a separação da carne. Depois há uma para guardar. No tempo que não havia frigoríficos, alguma carne era guardada em panelas de barro e a outra era salgada. Os presuntos, aquela carne grossa, era salgada. Aquela carne que era para conservar, para se ir comendo pelo ano inteiro, era conservada em panelas de louça com banha de porco. Os chouriços eram enterrados na banha do porco e conservado aí. Depois ia-se tirar daí e comendo pelo ano fora.