“Era rir uns com os outros”

Lembro-me da brincadeira do feijão! Começavam com o feijão. Isso agora já não estou bem certo. Pegavam no feijão e eu penso que punham em cima da mão e viravam a ver quantos seguravam em cima da mão. E também faziam com pedrinhas pequeninas e no fim viravam.

Jogavam ao finto. Ao finto é: punham uma pedra ao alto lá longe e punham outra do outro lado. Depois, a gente com uma pedra, de longe, a ver se eram capazes de tombar a do outro lado. Não ganhavam nada. Aquilo era só na brincadeira para se entreterem.

Já jogávamos às cartas. Era jogar à bisca, outras vezes jogavam ao burro, na brincadeira. Jogar ao burro, uma pessoa tinha que puxar àquela puxada do primeiro. Todos tinham que puxar igual. Ao fim, a gente tinha que ir ao baralho. Tirava, tirava e chegando ao fim , quantas cartas ficasse na mão, diziam que ficou com tantos anos de burro. Uma pessoa, às vezes, ficava quase com o baralho inteiro das cartas e assim era que se fazia. Às cartas, jogavam mulheres e tudo. Havia aqui umas vizinhas que para jogar as cartas, oh! Jogava mais elas. E umas também aqui em cima, de uma casa em cima. Entretínhamos-nos na paródia. Era rapazes e raparigas. Era rir uns com os outros. Nesta quinta, era como uma família só.