“A festa melhor é a da minha terra”

As pessoas iam às festas ao Piódão. Era a festa dos santos, do padroeiro, que lá têm. Aqui também fazemos festa todos os anos em Agosto, fins de Agosto. Nós, aqui, é o São João Baptista, que é o padroeiro da capela. É melhor. Para mim, a festa melhor é a da minha terra.

Há os dias da festa, que é dos santos. Fazem procissão todos os anos. Era como nos outros lados. Saem as bandeiras, saem os santos, vão lá adiante onde era a escola e dão a volta aqui ao povo. Ao fim, regressam à igreja outra vez. Destes anos para cá, só costuma sair o Santíssimo. Outra vez, sai o São João Baptista. Outras vezes, saem os santos todos. Há aí uma data deles. Vão tomar ar. Ao fim, há um dia que é o almoço da Comissão. Todos os anos fazemos um almoço. Por exemplo, as festas dos santos é sexta e sábado. No domingo, há o almoço da Comissão. Já há muitos anos que fazem isto. Antigamente, não. Agora, já há muitos anos que começaram a fazer isto. É a Comissão que faz. É um convívio. Junta-se o pessoal todo ao almoço lá no largo. No largo é que é o banquete.

No meu tempo, havia baile. Agora, não. Não há mocidade! Agora só há cá velhos. Antes, dançavam. Mas era dançar às fugidas, que os padres não as deixavam dançar. Tinha de ser às escondidas. Eu nunca dancei na minha vida. É coisa que nunca fiz. Dançar para quê? Se estivesse a ver, estava mais descansado. Andar lá agora aos saltos...