“Um punhado de milho”

Um dia fui com a minha mãe. Quase sempre os mais pequenos é que ajudavam a ir e eu fui com ela. Era assim muito pequenita. Ela lá tirou o milho do moinho, que ainda tinha, apanhou a farinha, mas aquele milho pôs num sarrãozito e pôs-mo às costas. Aquilo seria um punhado de milho, mas era um peso tão grande, tão grande... Cheguei mais acima, parece que vi uma coisa. Já vinha um bocado sem forças. E, pronto, ficou-me sempre a lembrar, porque devia ser o peso. Eu é que era muito pequenita para aquele peso, porque ela não punha pesos grandes. Mas só algum punhado de milho para mim chegou. Depois vim andando e só mais acima é que lhe esperei. Aquele dia devia ser muito pequenita. Ainda lá pôs o restito, porque ela tinha que trazer a farinha e eu é que trazia o grão, porque não podia vir no mesmo sarrão.