“Vale mais esse remédio que os remédios da farmácia”

Nessa altura não havia médicos. Aquilo era uma miséria. O que havia era um barbeiro na freguesia. Chamava-se Francisco ou o que era. Ia visitar as pessoas. Quem estivesse doente, chamava-o e ele mandava fazer um chá disto ou daquilo e era assim a vida.

Usavam-se muitas ervas. Tenho algumas. Enfim, há dessas coisas que não me lembro do nome delas. Chá de malvas e essas coisas assim. Cozem-se e fazem um chá. Também já tenho feito. Há muita coisa que se faz. Cidreira...até tenho na loja alguma. Lava-se e põe-se num púcaro a cozer. É bom para o fígado, para essas coisas todas para cá para dentro. Para o fígado não há nada melhor que é o mel. Mas é só uma colher de chá, não é mais! Depois a gente deita-se na cama e vira-se para o lado direito, é remédio santo. Vale mais esse remédio que os remédios da farmácia.