Primeiro não havia água. Tinha a gente que vir à fonte buscá-la. E, às vezes, quando era no Verão elas não botavam quase nada, íamos e estávamos um carreiral delas. Todas com o cântaro. Era por vez, ia-se enchendo aquele, depois enchia a outra, assim tudo seguido. Se fosse como agora, a gente chega a casa e tem água em casa. Naquele tempo, tinha que se ir buscar. Tínhamos porcos, gastava-se muita água. Chegava a gente a casa, despejavam-no:
- “Vai lá buscar mais.”
- Agora já não vou.
- “Não vais? Então torna a dizer que não vais.”
A gente tinha que ir e pronto. Chegava e estava aquela gente toda. Havia uns cântaros de barro grandes. Trazíamos à cabeça, para cima, para o cimo do povo, ali todos os dias a acartar os cântaros.