Lobisomens e bruxas, isso havia

Lobisomens isso havia. Quando vim para a Mourísia já não havia nada disso. Mas quando estava no Tojo, havia, por volta da meia-noite, a dar a volta à capela e depois desapareciam. Diziam noutros tempos, que chegavam ao serviço que tivesse feito o animal, fazia-se nele, tal e qual. Se era uma raposa, era uma raposa, se era um cão, era um cão, se era um burro, era um burro. Era o que calhava. Eu ouvia falar. Diz que eram homens.

Uma mulher que tivesse sete filhos sem ter uma rapariga, saíam lobisomens. E se tivesse sete filhas e não houvesse rapazes era uma bruxa. Antigamente era assim. Mas eu ainda apanhei algumas, ainda as apanhei. As bruxas na minha terra. Estava lá uma. Mas depois ela morreu, mas custou-lhe a morrer. Andava um tio meu, chamavam Zé Albino, esse é que a viu, e ela a rir-se. Aquilo acabou.