Numa cesta até Côja

Primeiro os filhos tinham-se em casa. Vinham outras mulheres ajudar. Naquele tempo parece que era por Deus. Iam as mulheres ajudar umas às outras. Médicos era um em Côja e outro em Avô. Quantas vezes a minha mãe metia os filhos dentro de uma cesta e ia com eles para Côja. Tanta vez aconteceu isso. Levava-os numa cesta e, às vezes, também ia o meu pai e outras vezes ia uma qualquer com ela. Não havia carros, nem havia estrada, daqui para Côja a pé. Ela para criar os filhos também passou um bocadinho com doenças. E havia os barbeiros. Havia na Benfeita e assim. Ainda vinham à Mourísia muita vez. Íamos chamar. Tinha que ir uma pessoa, que não havia telefone não havia nada. Tinha que ir uma pessoa chamá-lo. Depois tinha que ir outro para ir buscar os remédios a Côja. Era uma desgraça. E agora, ninguém está bem, ninguém está feliz. Receitavam medicamentos. Eles eram como um médico. Às vezes, ainda melhor que alguns médicos. Eram entendidos, eram. Havia um do Piódão, era Arnaldo. E ali o da Benfeita chamavam-lhe José Augusto.