“Nunca vi”

Contavam antigamente, histórias de lobisomens, já é do meu bisavô na Moura. Arranjou um pau grande com uma aguilhada para picarem os bois. Quando andavam a lavrar tinham uma vara e picavam os bois para eles caminharem mais. Ele tinha uma janelita, lá foi indo e espetou-o numa perna. Porque dizem que onde o espetarem fica sempre uma ferida. Ele fez-se logo como um homem.

Ouvia dizer que se forem sete raparigas seguidas, e se a mais nova não baptizar a outra que pode ficar uma delas bruxa. As bruxas aparecem assim em ensaios, a dançar umas com as outras. Eu isso nunca vi. Os lobisomens diziam que quando saíam de casa a primeira coisa que vissem, se era uma cabra, uma ovelha, que cheirassem aquela porcaria que se faziam assim. Não sei. Nunca vi. Era o que ouvia contar.