“Era uma alegria”

Na matança do porco juntava-se a família. Vinham os meus de Lisboa, também as de Coimbra, era a casa cheia. Depois íamos lavar as chouriças à ribeira, onde está o castanheiro. Íamos e aquilo era uma alegria. Estavam, às vezes um dia ou dois, depois iam-se embora. A minha mãe tinha uns alguidares grandes, ia repartindo a carne para lhes dar.

Era uma alegria, quando pariam as cabras, era uma alegria comer a gente aquele leite. Era fervido. Quando elas pariam, tirava-se o leite, depois fervia-se, aquilo ficava tudo, parecia coalhado mas aquilo é que era bom. Mas a gente comia pouco porque era forte. Aquele leite é muito forte. Também fazíamos o queijo.