“Ficava tudo coberto de neve”

Quando vim para cá, nevava. Ainda bastante. Ficava tudo coberto de neve. Ficava mais isolada a aldeia. Tínhamos que ir à escola na mesma, a pé na mesma, com galochas. Uma altura, prendeu as janelas, nem se podiam abrir, nem nada. À porta, púnhamos um bocado de sal e sempre ia derretendo, nunca colhia tanta neve. Depois, veio esta parte, deixou de nevar. Vinha coisa pouca, mas derretia logo. Agora, nestes últimos anos é que têm vindo aí uns nevões mais ou menos engraçados. Fica aí, ainda, uns dias, mas já há muito tempo que não nevava cá assim.