Uma infância difícil

Nas brincadeiras fazíamos a roda de andar ao lenço. Era uma roda e depois andava uma pessoa por fora com o lenço na mão.

- “Aqui vai o lenço, aqui fica o lenço.”

Era a nossa maneira de brincar. Depois o lenço punha-o atrás da pessoa. Não dava conta, chegava lá com o lenço ainda lá estava no chão. Mandava para o meio da roda. Eram tempos divertidos. Lá passávamos o tempo como a gente podia. Mas não andávamos lá abraçados uns com os outros como agora andam. Normalmente era aquela maneira de a gente se entreter.

Para boneca chegava eu. No outro tempo eram só umas bonecas que se faziam de trapos. Eram as nossas bonecas. Havia lá agora brinquedos! Não havia brinquedos. Nem os meus filhos tiveram brinquedos. A vida de altos e baixos. Uns dias mais alegres outros dias mais tristes. Tudo faz parte da vida. Para mal dos meus pecados, andava na escola, já tinha que varrer a casa. Não é como agora. Era muito diferente. Era uma diferença como a noite do dia. Lá ia guardar o gado. Botava-se o gado para o campo. Lá ia para o pé dos animais. Tinham que ser vigiados.