“Tínhamos nascido um para o outro”

Nós somos segundos primos. Tínhamos que nos conhecer de cá da terra. Entretanto, o meu marido apaixonou-se comigo. Gostávamos um do outro, tínhamos nascido um para o outro. Atrás de mim ainda andou ele muito tempo. Nos bailes, queria dançar sempre comigo. Mas a mãe dele queria era que ele casasse com outra, que tinha mais terras para ele cultivar. Nós éramos pobres, tínhamos pouca fazenda. Antigamente, os casamentos cá eram assim. Feitos de riqueza. Havia aí um senhor que dizia que tinha que se estender a corda donde houvesse mato. Ele teve que pedir autorização ao meu pai. Antigamente, era assim. Perguntou se podia namorar comigo, que queria casar. O meu pai disse que era comigo. Namorámos para aí dois ou três meses e depois casáramos. Os namoros, antigamente, eram muito diferentes de agora. Era tu dali e eu daqui, mais nada. Fosse como hoje, estava bem estava. Elas, agora, vão com os três mas é nos olhos, no resto está quieto. Por isso, agora, é o casa, descasa, casa, descasa. Já vão fartos!