“Começáramos a andar cá e lá”

Mais tarde, quando o meu filho começou a trabalhar e eu deixei de trabalhar, mudei de cidade. O meu filho saiu de casa aos 21 anos. Já estava formado. Deixou de estudar e foi para outra cidade aonde arranjou trabalho. Como eu já não trabalhava e o meu marido também não, estávamos já reformados, pensáramos em mudar lá para onde ele estava a trabalhar, para estarmos mais perto dele. Alugáramos lá um andar. Na altura, até fui estar mesmo ao lado dele. Apareceu-nos o apartamento logo a seguir a ele. Calháramos lá alugar. Estava ele num lado e nós doutro. Víamo-nos uns aos outros das varandas. Depois, quando também se casou, ele mudou. Arranjou outra casa noutro lado, mas também estava perto.

De 1972 até 1984, estive sempre na Suécia. Só cá vim quando a minha filha se casou. Foi casar cá a Portugal. Depois vinha cá e ia-me outra vez. Mas, desde 1984, vinha todos os anos. Ia lá passar o Inverno e vinha no Verão. Até estávamos já cá mais tempo. Estávamos cá aos três anos. Mas depois era preciso lá pôr o visto de residência de três em três anos. Era preciso renovar. Mandavam para a gente assinar. Então, de três em três anos, eu ia mais o meu marido à Polícia assinar aquilo. Fazia de contas que estávamos lá então. E, durante aquele tempo, só de três em três anos é que tínhamos que lá aparecer. Começáramos a andar cá e lá, cá e lá e depois mudáramos a residência cá para Portugal em 2000. Agora é que temos cá estado efectivos. Nunca mais lá fui.