O fim justifica os meios

Quando foi da primeira, eu não sabia, tive uma ruptura no saco das águas e eu fiquei logo assustada. Ter que ir daqui para Coimbra e ver-me já nestes pontos, eu fiquei assustada. Pus-me logo a caminho. Fui pedir ao meu pai, que sabia conduzir, tinha carro e ele levou-me logo directamente lá. Lá fomos nós com aquela pressa toda. O que é que aconteceu? Só no fim de três dias é que ela nasceu. Tive que lá estar três dias na maternidade. Eu estava desanimada. Depois no final eu queria-me vir embora. Elas não me deixavam vir. Exigiam que eu usasse cinta. Quando o meu marido lá me foi ver, pedi-lhe para ele me dar o dinheiro. Eu não tinha lá dinheiro. Então, pedi-lhe para ele lá me deixar o dinheiro para levar uma cinta. Eu mandava lá as senhoras comprar. Mas qual era a minha ideia? Não era para comprar a cinta, era para eu apanhar o dinheiro para me vir embora. Porque elas não me deixavam vir embora, nem queriam que eu dissesse ao meu marido para lá ir buscar-me. Então eu queria era safar-me de lá para fora. Pensava eu que me safava assim de qualquer maneira. Lá tive que estar o tempo, os três dias. Estive lá alguns cinco dias depois de a ter. Por isso é que eu estava saturada. Eu queria era apanhar dinheiro para me vir embora. Só que elas não me deixaram vir enquanto o meu marido não me fosse buscar.