“Uma broa que é uma beleza”

Cultivávamos milho, tínhamos um moinho e moíamos o milho. Depois daquela farinha é que fazíamos o pão. Temos uma peneirazinha, peneirámos a farinha e depois fazemos o pão, pomos farinha triga e um bocadinho de centeio. Fica o pão muito bom. Depois aquecemos a água e com um bocadinho de fermento, amassêmo-la e depois cresce. Cresce com o fermento, como as filhós, e depois quando é para botar para o forno, já a massa leveda, é mexida e depois tendêmo-la, com uma malgazinha. Depois vai ao forno com uma pá. Era assim. Aprendi com a minha mãe. O moinho de pedra era da ribeira. Era da família do lado da minha mãe. Eu ia lá buscar a farinha nuns sarrões, chamávamos aquilo uns sarrões. Acho que era de pele de cabra. Enchíamos a farinha com uma pazinha e trazia os sarrões à cabeça, da farinha.

De vez em quando ainda faço umas broazinhas. Tenho um moinho eléctrico na loja. Mas a minha broa é muito boa. Não é como a gente compra porque leva farinha triga, milho, um pedacinho de centeio, fica ali uma broa que é uma beleza.