“Malandrice de novos”

Quando ordenhávamos o leite às cabras, eu e um irmão meu, pelo caminho bebíamo-lo. No caminho púnhamos-lhe água para ser governo. Depois a minha mãe quando chegava a casa para coalhar o leite para fazer o queijo, não coalhava. Fazia-se o queijo, só que ele não coalhava. Era mais água que era leite. Esta é uma das que a gente fazia.

Uma vez fizemos um buraco no caminho, tapámos o buraco, uma senhora caiu. Não se aleijou porque não calhou. Era malandrice de novos. Podia-se ter aleijado. Podia ter partido uma perna ou duas. A gente ria depois cá longe. Malandrice de malandros.

Isso a gente lá brincadeiras era jogar à cocha, ao fito. Jogávamos aí ao lenço, ao anel. Jogar à bola. A bola que havia era a bola de trapo. Eram os brinquedos que a gente tinha lá nos recreios. Para jogar à cocha fazia-se um buraco no chão e era com uma bola de madeira. Um bocado de madeira e metia-se mesmo no buraco. O fito era uma pedra ao alto e outra a mandar. Assim nos entretínhamos.