“Não encontravam quem fizesse tão bem como eu”

Fiz muito carvão. Para fazer aquilo, fui indo, fui indo até que fiz as coisas como devia a ser. Aprendi. Tenho experiência de muita coisa. Fazia a cova e ajuntava as torgas. Ia indo, ia indo, ia escolhendo até à última. Em vendo que era para queimar, as mais graúdas eram no meio e as mais miúdas eram encostadas à terra, que estava fria, que não lhe pegava tão depressa para aquecer, para queimar. A mais miúda era a última que punha no cimo. Depois quando a cova já estava cheia de carvão, ia botando mais para cima. Demorava mais tempo, era a quantidade maior. Tínhamos uma forquilha, um pau e com essa forquilha ganchávamos as torgas naquilo e mudávamos dum lado para o outro. Depois, a outra agarrava, ia tapando e ia vendo com o pau se estava cozido por dentro ou não.

Havia cá muitos que tinham mestres, mas chegavam a pontos que não o compravam. Diziam que não encontravam quem fizesse tão bem como eu. Havia um na Moira, que dizia que havia um da Fórnea, que não era capaz de chegar para mim.

Depois, carregavam para Coimbra e tudo, daqui. Um avô meu também carregou para Coimbra. Tinha uns machos. Comprou “galérias” ou como é que chamavam.