“Comecei a trabalhar de novo”

Comecei a trabalhar de novo, assim que pude pegar numa ferramenta. Ajudava os meus pais, então não ajudava? Era guardar gado, era todas as coisas. Até de roda das videiras! Na altura, entretinha-me. A sachar, entretinha-me mais tempo. Era lá numa fazenda adiante, para o lado de Sobral Gordo. Quando vínhamos à noite, já era de alpardo. Chegava-nos o sono já a andar, enfadados. Quando vinha a andar no caminho, olhava e o caminho assim estreito. Fechava os olhos a dormir, mas não adormecia de todo. Vinha e, chegando àquele sítio mais ou menos, tornava a abrir. Para aproveitar. Comecei a guardar gado assim que pude. Foi sempre a eito. Ia lá para a fazenda. Às vezes, ia sair lá por cima por onde se vai para o Piódão e cá por baixo, nos lameiros, também.