“Aprendi por mim”

Nunca fui a uma escola. Tomaram lá os meus pais ter mais para trabalhar. Nem as raparigas deixavam! Podiam, às vezes, variar no caminho. Mas aprendi a assinar sem ninguém me ensinar como é que era escrito e tudo. Aprendi por mim. Olhava para as cartas e via onde estava o nome. Escrevia. Até da minha família, às vezes, escrevia o nome e o nome da terra e de tudo. Mas iam outras crianças à escola. No meu tempo, era na Moura da Serra. Demorava-se uma meia hora, quem podia ir, por uma estrada de bois e outras vezes pelo meio do mato. Faziam os carreiros. Também já houve cá na Mourísia, mas por pouco tempo.